segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Momento 20/01/14

Esperar o ônibus. Para alguns pode ser uma agonia interminável. A vida em subsistência. Mas a espera na vida está para a vida na espera. A insuficiência só existe por conta da intotalidade na presença. A inundação de sentidos se aflora de si para o mundo, porém o hábito de fazer o inverso é tão comum e corriqueiro por conta da preparação que tivemos culturalmente no culto do não pensar e penar e pagar e só que só enxergamos o tempo como investimento produtivo, quando a produção pode estar em si mesma na preservação da paz. Produção da emergência. Emergência de emergir mesmo... mas sem emergência. Emergir no encontro com as pessoas. A sutileza dos olhares evitando fixares mas procurando cumplicência numa dança de constrangimento. As conversas dispensáveis mas fruto da situação que se inevita em razão própria. O por do sol a tardar na sensação de paralisia temporal. O bêbado... O stress... A briga... A culpa... O humano e a beleza disso tudo. Acho que perdi meu ônibus.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Vertigem

Quase consigo perder o que me guia
E vir a ser normalmente quase livre
Não passo um dia mais em serventia
E meus tropeços, sem marcha fúnebre

Corro e me alcanço sendo sozinho
Canso e desmancho em descaminho
Meu engano em me enganar não faz
Suave a aparência que em mim jaz

Torno possível a vertigem suposta
Torno verdade a maldade da proposta
Faço vida cambaleante, encosta

Tudo que eu posso criar e nada mais
Liberdade que trazes enquanto se esvai
Posso tudo em nada ser, jamais

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Há tempos

Há tempos não há mais o singelo tempo
Fixa um preenchimento aleatório, quase vão
De estar sem explorar o possível invento
Arrojado, que arrebenta a vida em expansão

Tudo é passagem, e já não se sabe vai
Cai aqui e de repente se percebe, não está
Vira, remexe todo o vital contexto e sai
Fuga-se invisível de onde se, de fato, permanecerá

Já ouvia-se o doce clichê: é só o amor
Viste-se dos problemas, a dor sem respiração
Da vida que dilata-se no distante torpor

Me viro em devaneio nu, sem nem ao mesmo saber
Ou perceber qual caminho maravilha explorar, inútil
Sempre a adoecer meu órfão carinho a se debater

Cordialmente Explosivo

Fiquei todo confuso e meio perdido
Quando percebi que tu havia partido
Procurando meu coração que tava contigo
E os pedaços do meu amor, agora contido

Sabes que não iria fazer por mal
Aquele reboliço, quase vendaval
Só queria que ficasse escondido
Aquilo que me deixou meio ensandecido

E eu me perdi é no meio dessa brincadeira
Que toda em novidade, foi estranha
Eu caí e tu que me deste uma rasteira

Veja lá se não tenho o mínimo de razão
Tu que tava sendo amada com tanta força
E é que acontece dentro de mim essa explosão